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Força feminina: mulheres têm papéis de destaque na UHE Baixo Iguaçu

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O lançamento do rotor da Unidade Geradora 3, a última da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, em 14 de junho de 2018, teve uma protagonista. Com 1,56m de altura, Franci Deodato, operadora de ponte rolante, conduziu o equipamento de 478 toneladas, frente a dezenas de homens hipnotizados pela grandeza da operação.

A cena consolida a presença das mulheres no mundo da engenharia de ponta, feudo historicamente masculino. Da obra à administração, da gerência de meio ambiente ao setor fundiário, a presença feminina no empreendimento Baixo Iguaçu atesta o caminho sem volta da representatividade. Hidrelétrica – substantivo feminino – é coisa de mulher.

Porta-voz da sustentabilidade

Na mitigação de possíveis impactos causados pela obra, tudo relativo a seres humanos passa pela paulistana Wanda Melo, coordenadora de Comunicação Social. Ela ficou encarregada de disseminar as informações do Plano Básico Ambiental, conjunto de 33 programas ligados às mudanças impostas pela obra.

O trabalho tratou de aspectos diversos do cotidiano das cinco cidades impactadas pelo empreendimento – Capanema, Capitão Leônidas Marques, Realeza, Planalto e Nova Prata do Iguaçu –, e Wanda virou uma espécie de mãe da região. Durante a fase mais intensa da construção, que ocupou mais de 3.000 trabalhadores, dedicou-se à vigilância da interação deles com os habitantes da região.

Ela também investiu na educação ambiental para convencer a população das comunidades de mudanças necessárias, como novas práticas de manejo e agricultura que favorecessem a preservação ambiental, mantendo o bioma da região. Mensagem semelhante sobre a importância de não extrair os palmitos do Parque Nacional, outro delito ecológico.

“Plantamos essas noções não só para agora, mas pensando também no futuro”, explica Wanda, que coordenou também visitas à usina, por estudantes de escolas e universidades de todo o Paraná.

A coordenadora viabilizou o concurso Escola Sustentável 2018, no qual os alunos tinham de bolar e pôr em prática um plano de atenção ao meio ambiente. “Levamos as vivências ambientais para dentro dos colégios, com programas de monitoramento de água e informações sobre animais como o surubim do Iguaçu e a onça pintada”, recorda ela.

“Mulher se comunica melhor”

Na mesa em frente à de Wanda, senta-se a analista ambiental Dayana Mendes. Ela é mediadora da linha de transmissão da Hidrelétrica Baixo Iguaçu, responsável por garantir a proteção ao meio ambiente na instalação das 136 torres que carregam a energia gerada nas máquinas instaladas no rio.

Dayana iniciou o trabalho fiscalizando os trabalhadores que fincam as torres e passam as linhas, pavimentando a integração com o sistema elétrico. “Não foi simples, mas desenvolvi maneira de lidar com as situações no ambiente mais masculino. Mulher tem mais facilidade em se comunicar melhor”, ensina a analista.

Na área do reassentamento das famílias impactadas pela formação do reservatório da hidrelétrica, Patrícia Costa é uma das encarregadas de gerenciar as transferências das famílias. Ela circula por toda a região, toureando a burocracia de formalização das propriedades e verificando as demandas dos novos moradores. Patricia conduz sua missão com tranquilidade.

“Mulher também pode pegar no pesado”

Assim como Franci, a operadora de ponte rolante, que nasceu em Porto Velho (RO). Tornou-se uma “barrageira” – apelido dos profissionais especializados que migram pelo país, trabalhando em obras da Usina Hidrelétrica. Seguiu a profissão da mãe, França da Conceição, e agora está no primeiro trabalho longe de casa.

Um ex-chefe a indicou para trabalhar em Baixo Iguaçu, e Franci não teve dificuldade: as obras são semelhantes, variando apenas de endereço e tamanho. Não detectou qualquer discriminação. “Acho que hoje o pensamento é diferente. Eles sabem que mulher também pode pegar no pesado”, aposta.

E bota pesado nisso. Manobrando uma espécie de joystick amarrado na cintura, Franci olha o equipamento preso à ponte por um sistema imantado. O buraco lá embaixo tem folga quase invisível, de 1 a 3 centímetros, em relação ao tamanho da peça. “Olhando de longe, parece que não vai dar”, diverte-se ela. “Consegui concluir o trabalho sem incidentes nem problemas”, relata, orgulhosa da operação repetida 24 vezes – oito peças gigantes, por unidade geradora.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

A presença feminina entre os profissionais em Baixo Iguaçu atende aos itens 5  (“Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”) e 8 (“Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos”) dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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