Em um indicativo positivo sobre a qualidade dos ecossistemas hídricos locais, a Usina Hidrelétrica (UHE) Baixo Iguaçu registrou a presença da lontra-neotropical (Lontra longicaudis) nas Áreas de Preservação Permanente (APP) ao redor de seu reservatório. O monitoramento contínuo desta espécie, classificada como “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), confirma que os esforços da usina para a recuperação da mata ciliar e o controle da qualidade da água estão no caminho certo.
A lontra-neotropical é reconhecida como uma espécie indicadora da qualidade ambiental dos rios devido à sua alta sensibilidade a alterações no meio. Este mamífero carnívoro possui hábitos discretos, alimentando-se primariamente de peixes, crustáceos e pequenos vertebrados, e sua ocorrência está diretamente ligada a ecossistemas bem preservados.
Além de servir como termômetro ecológico, a lontra desempenha um papel fundamental como predador de topo nas cadeias alimentares aquáticas, auxiliando na manutenção do equilíbrio entre as espécies e contribuindo para a saúde geral dos sistemas hídricos.
“A lontra é uma espécie muito sensível a alterações no ambiente. Por isso, seu aparecimento em nossos pontos de monitoramento indica que estamos no caminho certo ao promover a recuperação da mata ciliar e o controle da qualidade da água”, explica Juliano Tupan Coragem, Biólogo da UHE Baixo Iguaçu.
O registro da espécie é resultado do Programa de Monitoramento e Conservação da Fauna Terrestre e Semiaquática da usina. A metodologia empregada é não invasiva, utilizando armadilhas fotográficas e vistorias técnicas nas margens do reservatório. Este método garante a identificação da lontra sem interferir em seu comportamento natural.
O sucesso do registro no Baixo Iguaçu não só valida a saúde ambiental da região, mas também amplia o conhecimento científico sobre a distribuição, o comportamento e os esforços de conservação da Lontra longicaudis no sul do Brasil.
A UHE Baixo Iguaçu executa mais de 30 programas ambientais desde sua implantação. Estas ações são focadas na preservação dos recursos naturais e na proteção da biodiversidade local, abrangendo iniciativas como educação ambiental, reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e o monitoramento contínuo da fauna e flora, sempre com o suporte de especialistas e o uso de tecnologias atualizadas.