Monitoramento inédito com 10 fêmeas equipadas com transmissores revela comportamento da espécie e indica boas condições ambientais na bacia do Iguaçu.
Em uma ação que une tecnologia e conservação, a Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu implementa o monitoramento via satélite do cágado-rajado para proteger a biodiversidade local. Como parte de seu Programa de Monitoramento da Fauna, a usina equipou 10 fêmeas de cágado-rajado (Phrynops williamsi) com transmissores via satélite para acompanhar seus deslocamentos e compreender seus hábitos. A espécie, que tem distribuição restrita ao sul do Brasil, é classificada como “Em Perigo” na lista estadual do Paraná e “Vulnerável” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Os dados coletados pelo monitoramento indicam que os animais se movimentam em um raio de até 10 km, preferindo permanecer em áreas específicas do rio. Além disso, os estudos da equipe técnica da usina revelaram um dado promissor: os indivíduos encontrados na região do Baixo Iguaçu apresentam tamanho e peso superiores aos registrados em outras áreas, o que pode ser um forte indicador de boas condições ambientais no trecho monitorado.
“Com essa tecnologia, conseguimos entender os hábitos do cágado-rajado de uma forma que nunca foi possível antes“, explica Juliano Tupan Coragem, Biólogo da usina. “Os dados que mostram indivíduos maiores e mais pesados na nossa área de monitoramento são um excelente indicativo de que nossas ações de conservação e a qualidade da água estão gerando um ambiente saudável para a espécie prosperar.”


O cágado-rajado é uma espécie de quelônio de água doce que habita rios com corredeiras, margens florestadas e rochas expostas, onde costuma ser visto tomando sol. Ele se destaca por características marcantes, como três listras pretas no pescoço e uma mancha em formato de ferradura na parte inferior da mesma região. As fêmeas podem atingir até 35,4 cm de carapaça, sendo significativamente maiores que os machos, que chegam a cerca de 20,1 cm.
Esta iniciativa de conservação faz parte de um conjunto de mais de 30 programas ambientais desenvolvidos pela UHE Baixo Iguaçu, que incluem ações como reflorestamento, educação ambiental e recuperação de áreas degradadas. O programa de monitoramento da fauna também acompanha outras espécies nativas, como o cágado-de-barbicha (Phrynops geoffronus), ampliando o conhecimento científico sobre os quelônios da bacia do Iguaçu. A atuação da usina demonstra que é possível conciliar a geração de energia com a proteção da biodiversidade.

